Pérolas miúdas na noite branca do sonho,
impedem as lágrimas de cair no manto azul
do cálido mar. Espraias-te em lamentos
...do que não foi. E entoas o canto do futuro.
(É nas pérolas dos teus dedos que deponho
O trunfo e a glória da noite que se avizinha.)
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É em ti que acontecem estreitos abarcamentos
na ode cantada na rua estreita, onde és Comigo.
És Fado e és Canção. Turbulência e tremor, onde
dás as mãos a um amor que não queres mas És.
(É nesta rua que o canto se expande e o beijo esconde
a eterna vontade de estarmos sós, num sol-abrigo.)
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É no abrigo da noite que não cantas em vão…
Cais… e vais para dentro de ti no cântico de anil
que a erva-doce emana. Coras de azul o coração
que, em mim, ainda habita. Uma parte dele voou.
(Suas asas curtas, ora habitam em ti. Voeja. E fica…
…coração de rémige altaneira que a si próprio habita.)
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____ Habitante de ti…augúrio em forma de ave._____
Rema na noite o arrepio emocionado do encontro e
da perca da sobranceira razão. Rua estreita que se alarga.
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.voo a noite de mim.
.chave.
.TU.
(Susana Duarte)
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
quinta-feira, 31 de março de 2011
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