Loa
De azul se vestiu o âmago de ti. E de ti se fez louvor num peito só.
Apologia das aves raras… vesti a cor do teu ser. Voei. Fui pó.
E refiz-me nas ondas de uma música cantada em ti. Pauta de um olhar...
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Aura
Atalanta: borboleta e planeta. Voo e paragem. Contradição.
Descoberta de uma estrela em argo: borboleta e constelação.
Descobres em mim o ser vigilante da noite de outrora, noite
acontecida, argo de mil olhos, navio de ti no mar que ondeia
e, feito o dia no seio do luar, permites que - em ti- pernoite.
Pernoito na aragem que cicia um poema escrito por ti, aqui,
onde o meu corpo se fez fotografia do teu olhar-olhar-olhar
que trespassa a aura das estrelas. São flocos de ar teu, de ti,
na fresca aurora que o sopro da vida me deu a amar.amar.amar.
Cicias por entre as flores verdes de uma gema que flutua além,
onde a vida acontece agora. Noite de outrora. Noite onde estrelas
brincam em minerais de pó. Onde o pó arrasta memórias. Sombras.
Onde sombras vivem histórias. O que foi volta a ser. És, tu, também
a fonte antiga da aragem, a constelação longínqua, as aguarelas
com que pinto auroras boreais, estrelas cadentes e… a Luz que és.
Susana Duarte
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
quarta-feira, 16 de março de 2011
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SÍTIO com BORBOLETA é SINal cLARo de boa quALIdade de vIDA...ARgo é belérRIMA
ResponderEliminartal como esta bELA poesIA...
em MARço estás com uma MARé de criACTIVIDADE.
aquel'abRRaço
De azul se veste o âmago da beleza, que ressalta deste poema ,em forma de LUZ!Sensibilidade feroz...inatingível!
ResponderEliminarDepois, numa segunda parte do poema, há um crescendo de intensidade ,em termos de Estrutura e, consequentemente, de lirismo: partes de um DÍSTICO, passas pelo TERCETO, pela QUADRA e acabas numa retumbante SEXTILHA.
Estranha e poeticamente, Há uma Antítese de intensidade: da luz ...chegas à fonte maior da luz, à CONSTELAÇÃO!
Pelo caminho, em termos de MENSAGEM, a análise riquissima do texto, faz-me visitar METÁFORAS(inevitáveis!), PERSONIFICAÇÕES numa atitude de "apropriar-se" da VIDA, em geral(sombras vivem...)SINESTESIAS na confusão de SENSAÇÕES vitais, ONOMATOPEIAS (ciciar), REPETIÇões (amar...amar....amar...)numa necessidade de afirmação pessoal e de MENSAGEM, que formam um hino de amor que alguém deve entender...
O poema é, em resumo, um hino de amor, como só a alma da mulher sabe "TOCAR"!
BEIJOS
MAMI
Quanta doçura e sensibilidade neste espaço cheio de LUZ.
ResponderEliminarQuantas ESTRELAS e AURORAS e brilho sentido vindo da ALMA.
Adorável poema, SUSANA.
Saudades de ti no meu INFINITO
Beijinhos
Entrei noutro mundo...De luz, de sinais intermitentes, de mensagens-estrelas, num caminho de Amor que conduz à Luz maior...
ResponderEliminarIndescritívelmente BELO, este poema!
Beijo
Graça