terça-feira, 10 de janeiro de 2012

medo de ser

noite da noite das angústias e das esquinas do tempo

ave noturna nos braços longos do desespero. desalento.

... medo de ser

braços de árvore despida de folhas em branco. inscrita

nas pernas e nas raízes do sonho, penduro-me em braços

escondidos e mergulhados na penumbra da tarde de inverno.

medo de ser

o céu, e o inferno. grades aprisionam asas de aves e vozes

caladas de brilhos solares. as angústias são anseios de ave

que voa na calada da noite e, só, mergulha no rio. nas águas,

revê as margens onde se ancorava um barco. medo de ser.

medo de deixar de ser. medo de permitir a intrusão do medo.

Susana Duarte
Poema e foto

 

1 comentário:

  1. bELA foto
    lindo conjugar de bELAs paLAVRAS
    d'alcobaça que vos aBRRaça
    agradecido pela vossa visita

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