quinta-feira, 22 de maio de 2014

Do meu próximo livro, "Pangeia"

Excerto do poema "PANGEIA"
(ouvindo Pedro Burmester, “Variações Goldberg” de J. S. Bach)



(...)
somos aves longínquas                    perdidas      desencontradas     quando, na dança das pernas,
suamos verões            e chuva  rente aos olhos,        lágrimas  de seixo e lágrimas de água, sobre
pestanas límpidas      e espigas de trigo.         somos corpos  à beira de si mesmos, cognoscentes
dos perigos das pedras.        somos construção,           somos sonhos de união.      continentes  
à deriva.    deriva dos beijos.             somos corpos à beira de um precipício.                     deriva.


De Susana Duarte

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