domingo, 4 de maio de 2014

nome



inscrevo-te na bainha dos sentidos,
onde o limbo é, apenas, um caminho


salto de folha em folha e, na natureza viva das mãos,
abro a boca sôfrega da água que sai do teu corpo

ondeio as linhas do caule e
nutro-me da tua vida:

semente,
nascente,
flor noturna
e pêssego rosa;
luz nascente
das minhas flores,
ângulo inexistente de uma curva,
quarto crescente
da minha lua.


inscrevo-te no recanto ambíguo dos sonhos,
na espera do sol nascente, rasante das minhas veias,
amplitude da navegação das flores, na enseada
onde verti as flores de um olhar,

luz,

alcateia de lobos de uma montanha nova,
onde inscrevemos a espécie nos olhos azuis da tua boca.


inscrevo-te na bainha dos sentidos,
onde o limbo é a margem da vida, percorrida

por entre cruzamentos e ligamentos e estranhos pensamentos

mas onde, sempre, reina o teu nome

susana duarte

4 comentários:

  1. Um poema desejo. Vida que cresce e se alimenta nas nervuras que fazem os sonhos mais belos em cada dia.

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    1. Obrigada, Luís, pelas palavras. Por (me) ler. Um abraço.

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