nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Uma chávena de chá?....
(Foto: Google)
Eis um conto oriental, daqueles que nos trazem ensinamentos porque metaforizam a Vida:
"Um homem foi procurar um mestre zen e fez-lhe perguntas sobre Deus, o nirvana, a meditação e muitas outras coisas mais. O mestre ouviu-o em silêncio - questões e questões e questões, e depois disse-lhe:
- Pareces cansado. Escalaste esta alta montanha; vieste de um lugar longíquo. Deixa-me primeiro servir-te um chá.
O mestre trouxe a chaleira, deitou o chá na chávena e continuou a deitá-lo. A chávena estava cheia e o chá começou a transbordar para cima do pires, mas ele continuou a deitá-lo, enchendo também o pires. Então o homem disse:
- Pára! O que estás a fazer? Estás louco ou quê? Não vês que a chávena está cheia? Não vês que o pires está cheio?
E mestre zen respondeu:
-É exactamente nessa situação em que te encontras: a tua mente está tão cheia que, mesmo que eu responda, não tens nenhum espaço para a resposta. Volta para trás, esvazia a tua chávena e depois vem. Primeiro, cria algum espaço dentro de ti!"
Este é um conto que fala de nós: estamos tão cheios de ideias sobre as coisas, os factos, as pessoas que, a maior parte das vezes, estamos pouco receptivos a aprender coisas novas.
Do mesmo modo, estamos sempre tão preocupados com o que vai ser o dia de amanhã, que perdemos a gloriosa capacidade de apreciar o ínfimo momento presente. O monge budista vietnamita, Thic Nhat Hanh também usa a imagem do chá para falar sobre a vida...apreciar uma chávena de chá implica estar atento e consciente, enquanto se bebe cada golinho, enquanto se sente o aroma quente que vem da chávena e se aprecia um relaxante momento de prazer. Assim é com a vida, com o nosso aparentemente banal dia-a-dia ( que, na verdade, está repleto de pequenos milagres que, tantas vezes, deixamos passar ao lado: um sorriso, uma aprendizagem, um acto de amizade, uma palavra de apreciação).
Dá que pensar...não dá?
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Bom dia!
ResponderEliminarEu capto na maioria esses "pequenos milagres". A minha dificuldade está no deixar transparecer que os captei e no retribui-los. Tenho esse handicap, confesso. Tenho muita dificuldade em desarmar.
Um beijo para ti
A maioria de nóstem essa dificuldade...estamos sempre à defesa. Mas já é bom quando somos capazes de captar os pequenos milagres.
ResponderEliminarBeijinhos para ti
Nossa que bela metafora...
ResponderEliminarrealmente o homem estava tao aflito contando as revoltas que se esqueceu de ouvir os conselhos...
abraços!
No 'Cova do Urso' há selos à escolha.
ResponderEliminarAqui, neste post:
http://cova-do-urso.blogspot.com/2009/08/selos-recebidos.html
Abraço,
António
Oi! nao sei se vc ja recebeu este selinho, mais tem um la no meu blog pra vc, a regra dele é responder a: o que é ser Homo sapiens pra vc?
ResponderEliminarOlá!
ResponderEliminar!...estamos sempre tão preocupados com o que vai ser o dia de amanhã,..." e muitas vezes também com aquilo que já é passado, que, de facto, não nos apercebemos que o momento presente, o Aqui e Agora nos escapa das mãos a cada instante, por vezes com pormenores interessantíssimos. Se passarmos a viver o presente na sua plenitude, teremos a possbilidade de perder a insegurana que se cria quando queremos saber, com antecedência, o que vai acontecer ou qual a melhor conduta a tomar em determinada situação futura.
"O passado é história, o futuro mistério e o presente uma dádiva. Daí se chamar presente" (Deepak Chopra). Já vi que gostas de filmes de animação. Nós cá em casa também, não tivessmos 3 lindas crianças ao pé de nós. Se viste o filme do Panda Kung Fu, deves-te recordar desta magnífica frase do mestre Tartaruga e que reflecte bem aquilo que deveriamos aceitar e viver com todo o nosso Amor - o momento presente é, se dúvidas, uma dádiva, uma oferenda do Universo.
Gostei desta Terra de Encanto...
Beijinhos de Amor e Luz salpicados de Harmonia.
Linda história com tantas lições!Gostei das conclusões que tiraste e que algumas também me servem como luz no meu caminho. Um beijo Graça
ResponderEliminarPassei aqui para tomar um pouco desse chá que nos serviste, TERRA DE ENCANTO.
ResponderEliminarEu vivo das pequeninas coisa e as transformo em imensidões porque a essência da VIDA é isto: estar atento para o menor, o simples, o invisível...
A VIDA é imensuravelmente bela, mesmo com as facetas malévolas que estão pelos caminhos.
Com teu chá brindemos-na!
Grande abraço
Fabiano,
ResponderEliminaré realmente uma bela metáfora. Obriga-nos a olhar para nós próprios...
António,
ResponderEliminarobrigada! Vou recolher, sim.
Mais uma vez, é um prazer e uma honra!
Angel of Light,
ResponderEliminarque bom teres passado e gostado.
Sim, vi o Panda Kung-Fu. E sim, concordo com a tua escolha da frase de Deepak Chopra.
Um grande beijo de Luz também para vocês.
Graça,
ResponderEliminarque bom contar com a tua presença.
Espero que estejas bem.
Beijo amigo
Malu,
ResponderEliminarque prazer!!!
A Vida, o prazer da vida, está precisamente nas pequenas coisas. Brindo contigo, às pessoas de Luz que acompanham o nosso caminho.
Beijo amigo
Susana
Então eu estou pronto a escalar a montanha para ir ao encontro do Mestre zen. É que sou o total oposto do homem.
ResponderEliminarPS: Tens aqui um espaço encantador :)
Avida é bela! Só precisamos de estar atentos aos pormenores! Na nossa pressa de "ir", não vemos as coisas grandes, que por vezes , até são pequenas...
ResponderEliminarBEIJITO DE LUSIBERO
13,
ResponderEliminarobrigada por chegares aqui, e obrigada pelas palavras gentis. Volta sempre...
Ainda bem que´estás disposto a escalar a montanha...é algo que todos deveríamos fazer, de alguma forma.
"Primeiro, cria algum espaço dentro de ti!"
ResponderEliminarEis o que sempre preconizo em quase tudo o que escrevo. Incluindo na temática das férias.
Cheios de nós, ficamos entupidos para poder fruir a vida e ver com clareza seja o que for. Temos de nos despir de nos e também criar espaço dentro de nos... para sermos.
Sim, Daniel...é verdade. E é sempre fundamental sermos e sabermos o que somos. Conhecermo-nos bem é caminho para sabermos O CAMINHO que queremos trilhar. É verdade que este é um tema que vejo muito nas tuas páginas, e isso é algo que, sem dúvida, me levou a ler-te com atenção.
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