nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
CIRROS
Cirros são rododendros brancos, de neve nos jardins,
floridas margens de nuvem, nuvem que passa no céu
e, em dia de azul eterno, se declina nos meus sonhos.
As nuvens são torácicas, se brancas e passageiras.
Vida de água, em vida espalhada pelo espaço celeste.
Viajantes de caminhos alados que não posso alcançar.
Cúmulos são afetos de algodão e humidade, envoltos
na superfície de uma grande ambiguidade… ora brancos,
flutuantes…ora escuros e distantes. Lua branca sobre nós.
As nuvens são momentos suspensos da respiração,
quando a vida surpreende e os obstáculos se interpõem.
Densidade de filamentos que impedem a compreensão.
Nefelibata. Nebulosa que se ergue no poeta em confissão.
Susana Duarte
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ResponderEliminarImagino uma aula de Geografia dada através deste poema...acredito que os alunos ficariam no céu!
ResponderEliminarLindissimo e nunca iriam esquecer os cirros, os cúmulos e as nuvens. Adorei Susanita!
beijos.
Graça