sábado, 14 de maio de 2011

CÍTARA


A cítara que te toca no momento do Poema,
é a mágica-contenda-eterna do lexema e do grafema
que, em noite enluarada de pelejas de palavras e emoções,
se estende sobre ti, sobre a pele, sobre as mãos, os corações
e as notas...as notas cantadas em séculos de estórias de amores.
Desamores. Encantamentos. Tristão e Isolda...numa pena que aflora a cítara.
Talvez, desta vez, a pena se demore num tom. Tom de tom, de tom de flor escrita,
de flor falada, no alto de um monte, no decurso de uma estrada, via de asas, sons de passos eternos, misteriosos e ternos, doces citaredos iluminadores... de momentos. Presságios. Sinais de imensos mares em nós. Sós?
A Cítara é um amor-perfeito de cores e imaginação. Ebulição
de um sentimento, na escrita de uma tisana que acalma,
e descreve um círculo no âmago de uma estrada.

Caminho que percorre, numa nota perdida.
Via que descreve, numa música esquecida.
Olhares que se encontram num cruzamento.

Mãos que se afloram. Efervescência de uma lira



Susana Duarte


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