nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito
outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia,
sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas
e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes,
noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta
que se declina nos lugares que já não procuro.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
PAUTA
Pentagrama de linhas horizontais
onde se inscreve a sonoridade
da ausência,
de um olhar - ambivalência
que se lê nos vitrais
de uma antiga saudade
onde moras tu, na aderência
da pele e dos ossos que avivam
a vontade de ser.
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