"Blue girls sing alone"
pois as raparigas azuis são seres cálidos,
outrora abraçadas por Neptuno. são azuis
e etéreas como a massa dos sonhos. cantam
sós, as raparigas azuis, volteando palavras
onde os sonhos não morrem. são assim:
maravilhosas e estranhas mulheres, confim
de si próprias, gravíticas-iluminadas onde
o céu termina e o sol é uma voz distante
no calor que imaginaram. sonham, apenas.
por isso cantam sós: a matéria dos sonhos
é falha de contingência, e de pele. é uma voz
sem eco. uma falhas no movimento perpétuo.
a irrazoabilidade das estrelas, que brilham
mais quando empurram a massa para fora.
para viver, é preciso expulsar o sonho azul
da rapariga que, todavia, canta só. a rapariga azul.
Susana Duarte
Imagem: pintura de Saatchi
merguho no teu poema às 4h 33’ 4” da tarde de 2.4.2014 e de supetão sai:
ResponderEliminarVou cantar as belas mulheres azuis
As que dizem ser cálidas,
Que foram, há muito tempo, abraçadas por Neptuno.
Em tons azuis, é claro!
E ao que dizem
Eram etéreas como a massa dura e belíssima dos sonhos.
Pelo que contam
Cantam maravilhosamente
Algumas, pelo que asseguram, estão sós
E essas mulheres azuis,
Gostam de enfeitar o palavrar
Concretizar e realizar os sonhos
Naturalmente muito bem escolhidos
São, com certeza, mulheres raras
especiais
De espantosa beleza azul
Fosforescem e encantam
Azulam ainda mais o céu
Acalentam com a sol e a chuva
Azulam o dia cinzento
Atrevem-se, vejam bem,
Por vezes em ternuras intensas
Físicas
De pele contra pele
Em bailado
Em volúpia acompanhada de muitos delíquios
Azulados, tinha que ser
e no sentir
Felizes
Muito sonhadas
consigo próprias
Mulheres desejosas de realizar
De apalpar os sonhos
bem acordadas
Sonhos de azuis deliciosos
Sussurram belas notas azuis
Vivem intensamente
Estas mulheres que fizeram a escolha do azul
Movimentam-se harmoniosamente
Nestes dias azuis
dizem, que até dão estalos poético-musicais
Que belas são
Estas mulheres azuis!!!
4.44’.44”