segunda-feira, 10 de março de 2014

[lua]





nascida da noite e da tempestade de chuvas antigas 
de noites esquecidas, 


vim de ti. vim das névoas das dúvidas 
dos corpos dos braços 
e de mil embaraços que residem nos olhares 
nos sentires
no amar. 


nascida da lua crescente 
luzente de poeiras marinhas e de sonhos, 

olho-te redonda e sei que as etéreas aragens das nuvens 
me flutuam 
e navegam. vejo-te crescente, lua eterna 
e indigente de solares noites, 


onde saúdas o mar e te sabes Mulher. lua incandescente, 
de brilho opalescente e nú. vejo-te os ombros 
de dama encantada e percebo a alva 

aurora de rosa inflamada. 
sei de onde venho. venho das noites onde és 
inclemente na luz que emanas eterna 
potente LUA 
onde o sonho 
flutua e me toca os seios 
e me toca os dedos e me toca 
os dedos e 

me toca os olhos 

e me beija os olhos 

e me sabe os segredos. 


plenilúnio de canteiros de flores amarrotadas 
por um beijo amarrotadas 


pelo desejo de encontrar, em ti, 
um leito onde 
possa .ficar. 



Susana Duarte


2 comentários:


  1. do verso procedente, a origem enegrecida,
    do retumbar do tempo, a tempestade inesquecida

    "vim de ti. vim das névoas das dúvidas
    dos corpos dos braços
    e de mil embaraços que residem nos olhares
    nos sentires
    no amar."

    Retive em especial a fulgurante entrada do poema
    de uma força e impressividade invulgar
    de singular inevitabilidade

    Bjo.

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