lexema
desenhado nas costas das mãos;
costas
no ventre,
enfrentando a solidão.
poema:
mulher escrita no chão.
vento norte.
mulher-poema:
ventre-eterna solidão.
poema escrito nos olhos,
sopro de vida nos dedos,
manhã de agosto
a contragosto
antecâmara do desgosto.
não existes, aí, para onde foste,
ainda que creias ter reescrito
o poema
dos teus dias.
sonhaste.
mais depressa fugirias.
fantasma lúgubre dos meus dias.
tu, que não voltas:
poema decadente nas mãos da mulher
escrita no ventre.
Susana Duarte
Lindo "POEMA DECADENTE"!
ResponderEliminarA decadência do SER! ...que escapa, fugidio como serpente viscosa...
Beijinho, filha!