quinta-feira, 5 de maio de 2011

ALINEGRO





Há um caminho oculto sob as pedras
levantadas do chão com esporas
que, iluminadas de fogo-ar,
queimam o sol das ervas.
Sob o arco do espanto,
arco iluminado de voz e canto,
entendes os signos e os sinais
multiplicados pelos ventos do afecto.
Sob as unhas guardo a pele
que tirei aos sonhos em dia de sol
e, numa noite sem fim, amei
cantando o verso solto que sai de mim.
Escorre água sobre as pedras
que, lisas, escorregam em si sonhos
de paz. Seixos brilhantes
sob a luz que ilumina as asas.
Pedras luminosas que escorrem luz.
Luz nascente de jasmins em flor.
Flor do canto do espanto do sonho.
Sonho do caminho dos passos que dou.
Dou. Espero. Sonho. Exijo. Quero.
Quero o caminho aberto sob as pedras,
Levantadas do chão com a leveza
da estrada solta sob os meus pés.
Há azul no meu chão. Há azul no meu céu.
Há azul intenso a clarear o breu.
A noite cessa e, logo, a manhã dealba.
Talvez, hoje, o real seja meu.

(até lá, vou procurar as asas.

1 comentário:

  1. +1 esplêndido escreVIVER.Gosto de verbalizar o teu poema:
    Procurar.dealbar.clarear.azular.levantar.caminhar......querer....
    exigir.sonhar.esperar.dar.espantoar.florir.iluminar.brilhar.escorrer.SOLtar.cantar.
    ................amar..........................
    multiplicar.

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