quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Baía

na baía, encontrei uma concha
e os olhos da lua, num pôr do sol distinto e
inscrito na maré baixa, onde deixei um pé preso nas algas
e me tornei o sonho de uma sereia que, na praia, criou pés e,
distraída,caminhou em eternos sonhos de orvalho, recitados num teatro
onde a luminosidade estranha da noite a deixou perdida nos recantos do mar.

tornei-me navegante dessa concha,
consciente do tempo passado e futuro, que pinto e
habito, como se uma tela me deixasse eternizada no mar que salgas
e transformas em chuva pálida na manhã serena. Somos nós, nas marés,
que criamos cenas da vida que escorre na areia e deixa marcas de pegadas
nos locais onde somos, em cada luar, seres mágicos e indistintos. Navegar.......


Navegar é o sonho cavalgado pela lua cheia numa onda que não há. Mar.


Susana Duarte


1 comentário:

  1. A Baía é o porto seguro sempre praticado, o navegante sempre retornado.
    A Baía é a grilheta do sonho-navegar onde jaz, espera?, a concha-barca, pela onda-maré de feição... Grumete navegante da concha esperada a ti cabe cortar a amarra

    ResponderEliminar