terça-feira, 23 de agosto de 2011

LEXEMA





Vou renascer na foz de um poema,
e dá-lo à noite, para que me reconheça.
Nessa foz, estranha e larga, onde o rio se insinua
no altivo mar, serei a vaga lenta que me torna nua
e, sem estrelas, sem lua, sem que lhe peça,
sei que a foz me fará palavra. Lexema.

Onde o único significado do meu nome
é ele próprio, nada mais. Onde a fome
de Ser eternidade, é apenas o devaneio
de, um dia, ter sido aquilo em que creio.

(Susana Duarte)

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