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Viveremos nas regiões dos lábios selvagens
para colher a sílaba e os lábios selvagens,
para arvorar corpos de brutais lábios selvagens
que possuem estranhas línguas cor de tília.
*
Viveremos na região onde aspergimos
a desmesura da totalitária voz do mundo.
*
Pensar nos vocábulos agâmicos e não em Deus
não inculpa o desejo de estar vivo ou morto.
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Viveremos na região dos opulentos delírios,
“só deus não chega e o outro sobeja”. Alfabetos.
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[João Rasteiro - In, Eu cantarei um dia da tristeza]
nada te resta, senão olhar-me de longe. sabes que habito outro plano, o do dia e da luz com que prossigo, todavia, sobre as flores submarinas. nada te resta, senão as lágrimas e o arrependimento. talvez possas ressurgir, noutras vestes, noutros seixos. mas serás sempre a sombra, a vida incompleta que se declina nos lugares que já não procuro.
sábado, 28 de dezembro de 2013
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