quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

pensava saber onde viviam as flores

sabia onde vivia o amor, quando o amor sabia a cerejas bravas
no coração dos dedos. habitava uma casa azul, telhas aladas
contra o céu e os cirros das imagens que trazia nos olhos.
sabia onde vivia o amor, quando as nuvens sabiam voar
e me deixavas ir até onde as cerejas bravas coloriam
imagens de rubra paixão; nesses dias, as ondas
dos cílios desenhavam contrabaixos na pele
de todos os silêncios. pensava saber
onde viviam as flores, e o vermelho
do fogo por extinguir com os
lábios. sobram as vertentes
úmbrias da memória
das mãos sobre
as rubras
cerejas.


susana duarte


1 comentário:

  1. ... e que bem que pensava, Susana! E... que encantadora forma de no-lo mostrar! Do que "sobra", que é TANTO, minhas mãos ousam levar um pouco... para partilhar no meu singelo "jardim"
    Beijinho com votos de Festas Felizes e óptimo 2014!
    Joaquim do Carmo

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