sábado, 21 de dezembro de 2013

deita-te a meu lado, e fala-me da transcendência.

deita-te a meu lado,
e fala-me da transcendência. diz-me
onde residem

 os poemas, e revela-me a luz de outrora.

deita-te nos meus braços,
e fala-me da saudade. diz-me onde
reside a sede, e a fome, e a vontade de ser abraço, poema
inscrito num braço, que me prende e segura. conta-me dos dias sonoros,
e da velocidade dos movimentos dos dedos, quando, maravilhados,
inscreveram em si próprios o poema. deita-te a meu lado,
e reencontra, no corpo que se arqueia,
as palavras que procuras.

e fica. fica a meu lado,
e revela-me as ondas da paixão,
e os olhares que desnudam, e a alegria
de se ser onde o poema se inscreve na carne.

deita-te a meu lado,
e fala-me da transcendência.

susana duarte

6 comentários:

  1. Poema de desejo e de cores interiores.
    A vida sem estas cores ficaria demasiado sombria.
    É bom sentir o outro e deixar que os braços completem os abraços.

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  2. O gesto que se inscreve no verso e nasce poema

    Bjo

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  3. Caro Luís, ler é, por si só, forma de celebrar a luminosidade dos dias. É bom ler palavras de apreciação. Mas é bom, sobretudo, receber afeto sob forma de palavras e de comentários, como sempre me deixas. um abraço.

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  4. Filipe, o teu gesto, como sempre, é dádiva. Nas tuas mãos, a palavra depurada com que se pode delinear o sentir. Obrigada, sempre, pela tua amizade e comentários.

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  5. ... impossível não ficar, inevitável a expectativa pelo transcendente... inadiável! E um poema deslizando, suavemente, por entre os dedos!
    Um abraço poético

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  6. 11h 33' 11"...estive x aquiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...mergulhei1,2 e 3x...esta baía de palavrar doce, suscita amanhãs bELOs...e fiquei sentado, sorridente, a pensar em transcendências, bem concretas, possíveis e tão simples, tão ternas...

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