lavrarás o peito onde te florescem as mãos
e se dissecam passados reencontrados.
sob as mãos, lavrarás as novas auroras,
e os dias da carne que se inscreve no outro,
e no outro se adensa, refletindo o brilho toado
das húmidas gotas de orvalho que, antes,
nos caíram do rosto. lavrarás a terra
semeada nos seios de todas as madrugadas,
e os cabelos onde perdes as mãos e nelas
te reencontras.
podias escrever sobre o amor, antes de o reencontrares.
agora, escreves sobre os seios onde aprofundas
o corpo, na procura da eternidade possível
das manhãs.
na noite, procuras o encontro dos lábios.
é na minha boca, que lavras futuros.
Susana Duarte
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