quinta-feira, 17 de julho de 2014


vives entre a alma e o sol,
deitado entre ti e ti,
de ti perdido,
de ti ali,
onde 
as nuvens soltas
navegam delírios vestidos
de noite. vives entre a alma e 
o que não sei. vives, em mim, noite
tempestuosa de olhos desassossegados.

inertes.

vives entre a alma e os dedos,
florescendo mágoas 
e solidões
por entre 
medos.
de ti perdido, 
imaginas encontros de mãos
e sussurrares de aves finalmente tocadas
pelas primaveras do tempo. vives entre a alma,
e o que não sei. vives nas ondas submarinas do ventre

sôfrego.

vives onde não sabes,
e não vives nada, perdido de ti,
entre ti e as névoas das tuas dúvidas.

vives na sombra 
do limbo das folhas,
onde a seiva segrega 

o amarelecer dos dias. 


Susana Duarte

1 comentário:

  1. bELO
    geométRICO
    faz-me lembrar a ampulheta
    urge harmonizar o tempo
    urge saber VIVER
    8h00' 8"
    vou partILHArr + logo

    ResponderEliminar

 suspensa nas tuas palavras, pétala descaída de uma flor iníqua, resta-me a memória. és, foste, terias sido,  o parto feroz, a corrente avas...